29 de abril de 2014

Foto(s) do Mês: Encontros

Da direita para a esquerda: Bob Dias, Marcos Burghi, Marcos Massolini, Beth Coelho, Cida Matsumoto, Marcelo Tieppo, Luciano Monteiro e Raimundo Silva ( Joca Távora - 10/04/2014)




Dona Ivete, Juca de Oliveira e Letícia Canos na FNAC Paulista (2014)
Marcos Romano e Marcos Massolini ( no Park Shopping São Caetano em algum mês de 2014)
Enquanto a Fátima Bernardes faz seus "encontros" agora em um caminhão, eu continuo com meus encontros surpreendentes, sem aviso prévio, e também encontros com hora marcada ( mas que não deixam de ser surpreendentes). Um desses encontros marcados e surpreendentes foi com minha velha turma do jornalismo noturno da Metodista ( turma de 87 a 90). Não é a primeira vez que marcamos no Joca Távora Bar, na própria Joaquim Távora, não por coincidência, rua onde reside nosso nobre amigo Marcelo Tieppo, jornalista esportivo de primeira e mentor desses encontros saborosos. Essa sua vizinhança estratégica do bar nos fez inclusive achar que ele na verdade é sócio do estabelecimento ou ganha uma comissãozinha se encher uma mesa ( brincadeirinha, brother Tieppo!). Na foto acima, alguns dos bravos presentes no encontro do dia 10/04, todos devidamente marcados na legenda. As outras fotos, embora não sejam propriamente deste mês, acabaram só aparecendo no meu computador agora, depois de serem finalmente resgatadas de uma clausura forçada dentro do meu genioso celular, que insistia em travar na hora da transferência de mídia. Ambas merecem esse registro tardio. O encontro com o simpático e solícito Juca de Oliveira ocorreu na FNAC da Av. Paulista entre janeiro e fevereiro e fui eu, claro, que avistei-o andando por ali com sua filha ( esse claro é por que eu sou péssimo para guardar nomes, datas, números e senhas, mas em compensação, sou exímio fisionomista, não perdendo uma quando se fala em celebridades, músicos e amigos pré-históricos). Acabei chamando a atenção da turminha que estava comigo - esposa, filhos e sogra - e no fim fiquei de fora da foto. Valeu o momento e a confirmação de que Juca de Oliveira não só é um ator extraordinário, mas uma pessoa idem. A última imagem também foi por essa época ( outra enclausurada no celular) e merecidamente compõe esse série de encontros especiais: encontrei meu grande amigo Marcos Romano no Park Shopping São Caetano, o que não é nada comum, visto que ele mora há um bom tempo no Sul. Romano foi um dos meus primeiros amigos ainda no primário e aprontamos bastante durante nossa infância/adolescência. Torço muito e sempre pelo seu sucesso e boa saúde.
E viva os encontros! sem eles a gente não se encontraria muito na vida!

28 de abril de 2014

Greenpeace dá adeus à Shell no Ártico

Uma ótima notícia chegou do correio agora pouco: o Greenpeace, através do seu informativo Diário de Bordo (em edição inaugural) informa que a Shell, eleita uma das empresas com pior atuação socioambiental, prometeu se manter fora do Ártico mais uma vez. A petrolífera, que já tinha suspendido os planos de explorar petróleo na região desde o segundo semestre de 2012, segue 2013 e se mantém fora daquele perímetro também em 2014, uma excelente notícia para o Planeta, pois a presença da empresa na área sempre se mostrou catastrófica, com falhas na segurança, acidentes e incêndios. A luta continua agora no Alasca, onde a multi anglo-holandesa desembolsou mais de U$ 5 bilhões na tentativa de exploração de petróleo na região. Já no Ártico, nosso amigo urso polar pode continuar sua comemoração.
Em tempo: esses informativos extras ( assim como a revista mensal do Greenpeace) chegam via correio para meus dois filhos há cerca de 7 anos. Desde 2007, quando Gabriel, com 8 anos na época e já dizendo pra todo mundo que ia ser biólogo, quis por que quis virar sócio do Greenpeace, depois de ficar estarrecido com incêndios criminosos em uma certa floresta tropical e perceber a ação intermitente da ONG na ocasião. A Letícia, do alto de seus seis anos, não quis ficar fora dessa, e logo tínhamos dois novos "ativistas" em casa, com direito à carteirinha e tudo. Um pouquinho da conscientização dos dois e a paixão de ambos na defesa do meio ambiente estão nessa nova vitória do urso polar.

27 de abril de 2014

Gabriel Garcia Márquez (1927 - 2014)

Gabriel Garcia Márquez, um dos mais reconhecidos e geniais escritores latino-americanos de todos os tempos,  faleceu há dez dias atrás. Como esse blog - que bom! - não tem amarras com o "furo jornalístico" e a correria desenfreada em postar news ou obituários, parei para escrever com muita calma sobre o grande Gabo, que ele merece. Nobel da literatura de 1982, amigo de Fidel, ex-amigo de Vargas Llosa (uma amizade de juventude que acabou em socos na maturidade), Marquez reinventou o realismo mágico, intercalando em suas obras tanto as entranhas da política latino-americana como as camadas fantásticas que perpassam a existência. Em seis décadas escrevendo ficção e não ficção, deixou obras primas da literatura mundial como "Cem Dias de Solidão", "Crônica de Uma Morte Anunciada" e "Amor nos Tempos do Cólera". O seu estilo único já se antevia na obra de estréia "A Revoada", de 1955, com a aparição da cidade fictícia de Macondo, a mesma que reaparecia depois em outros livros como "Cem Anos de Solidão". Nunca apostou na literatura como ganha-pão - manteve-se como jornalista, desde os tempos de imprensa colombiana, no "El Universal", "El Espectador", entre outros, e depois como correspondente em diversos países. Na literatura, não gostava de ser explicado. Dizia não se prender a um gênero só e achava cada um de seu livros muito particulares. A procura por sua obra aumentou tanto depois do óbito, que algumas livrarias como a Cultura em São Paulo, viram seus estoques acabarem ainda no fim de semana. A Editora Record, detentora dos direitos de publicação no Brasil, promete reimprimir o mais rápido possível a maioria das obras. O primordial Gabriel Garcia Marquez não pode ficar fora das livrarias nem por um dia.

26 de abril de 2014

Lançamento: "Humor Paulistano - A Experiência da Circo Editorial 1984 - 1995"

Rolando agora um grande lançamento: "Humor Paulistano - A Experiência da Circo Editorial  - 1984 - 1995", do multi Toninho Mendes, um dos grandes responsáveis pela explosão dos quadrinhos brasileiros na década de 80. Graças ao seu faro de editor - e levando em conta também sua presença dos pés à cabeça na turma que vinha fazendo quadrinhos underground em São Paulo - Toninho lançou duas revistas que revolucionaram o jeito de se publicar quadrinhos no Brasil: "Chiclete com Banana", com os personagens de Angeli + convidados e "Circo", com toda a turma publicando junto ( Luis Gê, Laerte, Angeli, Glauco, Paulo Caruso, Alcy, entre outros). A partir daí, com o sucesso das duas, lançou-se mais publicações - Geraldão, StripTiras, Piratas do Tietê, Níquel Náusea, Bang Bang Bang - que poderiam até ter durado mais, mas por problemas administrativos ( que Mendes destrincha também no livro) foram interrompidas com o fim da Circo Editorial em 1995. Onze anos que marcaram pra sempre a História da HQ brasilis. Mas deixa eu correr que pretendo dar um abraço no Toninho logo mais, na Livraria Cultura.
Os detalhes do lançamento estão aqui no blog da AQC: http://aqcsp.blogspot.com.br/2014/04/lancamento-de-toninho-mendes-hoje-em.html

25 de abril de 2014

Luciano do Valle (1947-2014)

Luciano do Valle, um dos profissionais da imprensa que mais acreditaram na disseminação do esporte pelo país - e aqui esporte quer dizer diversas modalidades além do futebol - faleceu no fim de semana passado aos 66 anos. Quem o conhece apenas das transmissões atuais da Band deve procurar arquivos mais antigos, principalmente aqueles dos anos 80/90 - quando Luciano arregaçou as mangas e brilhantemente abriu à fórceps espaços até então inimagináveis para o vôlei, o boxe, o basquete, o tênis, o futebol feminino, a sinuca, entre outras modalidades relegadas ao ostracismo pelas redes televisivas. Foi muito graças ao seu incentivo, disposição e paixão, que a primeira grande geração do vôlei apareceu para o Brasil e solidificou de vez o esporte entre as modalidades mais queridas pelo público. Luciano vai cedo mas deixa um legado muito importante na história recente do esporte brasileiro.
Segue um bom perfil do narrador e um momento único em sua carreira: o desabafo logo após a vitória do Brasil diante da URSS no Maracanã em 1983.
http://terceirotempo.bol.uol.com.br/que-fim-levou/luciano-do-valle-2867
https://www.youtube.com/watch?v=0-cPCOKBa50

24 de abril de 2014

Dois showzaços: Jards Macalé e Beto Guedes

Hoje e amanhã acontecem dois shows imperdíveis na Grande São Paulo. No Sesc Pompéia, toca hoje e amanhã o "morcego da porta principal", Jards Macalé ( com essa divulgação acima - explosiva e psicodélica). E amanhã, o tímido e genial Beto Guedes faz show único no Teatro Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano do Sul (abaixo).
Dois pilares da nossa MPB, cada um com seu som único: Jards, da geração que chegou ao cenário no início dos anos 60, ligado aos baianos, à Tropicália, ao desbunde e à "maldição dos anos 70"; violonista com formação erudita, parceiro de Torquato e Wally "Sailormoon", compositor de "morbezas" românticas ( vide o clássico "Aprender a Nadar" de 1974) e bardo transgressor ad eternum. Beto Guedes, da turma mineira que veio dos festivais da virada dos 60 pros 70, na lufada pós-Travessia de Milton Nascimento, enquanto formava grupos beatlemaníacos em Belo Horizonte ao lado de Lô Borges; que depois estourou no Clube da Esquina de fato e estourou mais ainda em carreira solo no final dos 70 em parcerias demolidoras com Ronaldo Bastos e Márcio Borges, com mágicas/líricas/melodiosas toadas que deixaram marcas profundas no Brasil em final de ditadura.
Dois artistas com seus sons distintos. Honestos até a medula. Adoro os dois.


23 de abril de 2014

Pixinguinha vira Doodle

Pixinguinha, talvez o mais icônico instrumentista brasileiro de todos os tempos, ganhou hoje um Doodle em  homenagem aos seus 117 anos. Mais uma arte especial caprichada do Google festejando um brasileiro fora de série. Pixinguinha foi um músico que mesmo diante de poucos recursos, conseguiu emparelhar-se de igual para igual com mitos contemporâneos do jazz, mesmo tentando a todo custo não se deixar levar pelo próprio jazz. Por isso tornou-se gênio da música brasileira e foi reverenciado por outras lendas, como Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Por isso, o jornalista e pesquisador pioneiro Ari Vasconcelos escreveu certa vez: "Se você dispõe de 15 volumes para falar de toda a música popular brasileira, fique certo de que é pouco. Mas se dispõe de apenas uma palavra, nem tudo está perdido; escreva depressa: Pixinguinha".

22 de abril de 2014

Capa do Mês: Jornal Rascunho nº168/ Abril de 2014

Eis que me deparo com essa acachapante capa que abre a edição nº 168 do jornal literário curitibano Rascunho e não titubeio: capa do mês! O veículo, muito bem quisto pela comunidade literária brasileira, completa 14 anos de existência e mantém um time de primeira, com colunistas fixos do porte de Affonso Romano de Sant'Anna, José Castello, João Cezar de Castro Rocha, entre outros. E o conteúdo sempre com muita "sustança' vem acompanhado de um design arrojado e corajoso. Essa capa demonstra bem essa pegada, com a arte de Ramon Muniz quase arrebentando a página. Para quem quer conhecer mais o jornal Rascunho, segue a edição no formato PDF:
http://rascunho.gazetadopovo.com.br/wp-content/uploads/2014/03/Rascunho_168_book.pdf
Para assinar, AQUI.
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15 de abril de 2014

Baú do Malu 44 - Itens EBAL

 





Num lance de muita sorte consegui adquirir esses itens acima de um excelente antiquário carioca. De certa maneira, eles contam um pouco a trajetória da histórica EBAL (Editora Brasil America Ltda) de propriedade do Sr.Adolfo Aizen, que por muito tempo foi uma das maiores editoras de quadrinhos do Brasil. O convite (imagens 1 e 2) é pré-editora: data de 1936, ano em que o Suplemento Juvenil, primeiro veículo de quadrinhos de Aizen e pioneiro no país em historietas americanas de aventuras, completava dois anos de existência. Vem assinado por Renato de Biasi, um dos "juvenilistas", que convida para a festa no Edifício de "A Nacção" ( jornal que foi responsável pelo lançamento do suplemento como encarte em 1934 e local onde ficava a redação de Aizen). A partir dessa corajosa publicação, que arriscou um novo nicho no Brasil e desde o início se tornou um sucesso, Adolfo Aizen arregimentou experiência e uma boa equipe para abrir a EBAL em 1945. Em tempo: Renato de Biasi, que nessa época era um pré-adolescente, logo tornou-se secretário do Suplemento Juvenil e mais tarde diretor em diversas publicações, como A Noite e O Cruzeiro ( obrigado André Lopez, por essas informações). O próximo item ( imagem 3 e 4) é o folheto de visita ao edifício da EBAL no bairro de São Cristóvão, Rio, datado de 31/08/1960 e com três assinaturas presentes: J.P. Batista, Paulo Adolfo Aizen ( filho de Adolfo Aizen) e uma última que parece ser do próprio fundador. Nessa época, a editora bombava no mercado como líder em revistas em quadrinhos e fazia questão de organizar excursões escolares às suas dependências - principalmente ao seu incrível Museu dos Quadrinhos-, além de visitas ilustres de políticos, clérigos e intelectuais (nessa ocasião específica, a turma do Instituto de Educação foi contemplada). Um destaque interessante desse documento é a presença do famoso Pernalonga, aqui chamado de "Pernalonga, o Farofeiro", protagonista de Mindinho, revista de sucesso da casa. O último item é um cartão de visita do Sr. Paulo Adolfo Aizen ( que como já citei, era um dos filhos de Adolfo Aizen), executivo que acabou apagando as luzes da empresa junto com seu irmão Naumin, quando esta encerrou suas atividades nos anos 90, depois de uma longa crise administrativa e editorial.
Para saber mais sobre a história da EBAL e do Suplemento Juvenil, dos juvenilistas e consequentemente a trajetória de Adolfo Aizen e seus filhos, a pedida mais certa é a leitura de "Guerra dos Gibis", do pesquisador Gonçalo Jr. Uma palhinha sobre a EBAL e os juvenilistas, da qual Renato de Biasi fazia parte, pode ser lida aqui: http://www.almanaquebrasil.com.br/curiosidades-imprensa/6796-alunos-do-pedro-ii-criaram-escolinha-de-jornalismo.html e aqui http://blogmaniadegibi.com/2011/08/conheca-a-editora-ebal-uma-das-maiores-do-brasil/


13 de abril de 2014

Nova música de Oswaldo Montenegro

Oswaldo Montenegro, incansável, lançou no início do mês mais uma música de sua lavra: "Me Ensina a Escrever". Disponibilizada no Youtube, a composição fará parte do repertório do novo show que o compositor fara´em São Paulo, "3x4", no HSBC Brasil em maio. No vídeo novo, ele toca ao lado de integrantes da sua banda, incluindo sua eterna amiga Madalena Salles na flauta.
https://www.youtube.com/watch?v=B2GW-2FWZVU




11 de abril de 2014

Di Cavalcanti ilustrador


Di Cavalcanti, um dos maiores e mais importantes pintores da nossa terra, abria pra valer seu leque artístico no início de carreira, fazendo diversas capas, ilustrações e charges para revistas. Sempre com muita maestria. A maravilhosa capa acima, de O Malho (02-08-1934), eu "peguei emprestada" da página do ótimo ilustrador, artista gráfico e quadrinista Daniel Bueno no FB, sempre postando imagens incríveis. Inclusive, há algum tempo atrás, Daniel fez um excelente artigo sobre essas facetas do pintor (abaixo), muito bem pesquisado, para a SIB ( Sociedade dos Ilustradores do Brasil). Acompanhem:

7 de abril de 2014

Cards do HQMIX

No final de fevereiro, tive o privilégio de participar do lançamento da nova edição de cards do Troféu HQMIX, em comemoração aos 25 anos do tradicional prêmio, na ótima galeria Ornitorrinco. Essa série foi baseada em uma coleção lançada anteriormente nos EUA, com foto e ficha biográfica,  prestando as devidas homenagens aos artistas mais importantes da nossa nona arte. Marcelo Alencar é o mentor do projeto, que conta também com Will Sideralman. E se os cards são itens indispensáveis por si só, imaginem então com a assinatura original do artista homenageado de brinde! Na noite da distribuição pude ver com meus próprios olhos a coleção original dos EUA, completa - das mãos do Marcelo Alencar, claro - e fiquei impressionado com o monte de assinaturas que ele já havia angariado dos artistas internacionais. Empolgado com a desenvoltura acrobática do Alencar e aproveitando a presença de alguns ilustres artistas que saíram na nova série da coleção, saquei meus cards e fui à luta: consegui autógrafo de todos os presentes, começando pelo Laudo Ferreira, que eu já conhecia de outras oportunidades, passando pelo André Diniz, com quem troquei correspondências, mas nunca havia encontrado ao vivo e fechando com o dinâmico Guazelli e o lendário Toninho Mendes, editor das históricas revistas Chiclete com Banana e Piratas do Tietê nos anos 80. Todos esses, diga-se de passagem, finos no trato e inteligentes à beça. De quebra, pude bater uma idéia com outras grandes figuras: além dos onipresentes Alencar e Will ( que assim como Renato Frigo, estão em todas), troquei figurinhas com Wilson Simonetto, Edson Diogo, Kipper, Jal e o casal anfitrião Gual e Daniela. Um bela noite, que me rendeu essas maravilhas acima. Espero que essa coleção continue por mais algumas temporadas.

5 de abril de 2014

José Wilker (1947-2014)

Divulgação Rede Globo
Morre mais um grande nome da nossa dramaturgia: José Wilker, com apenas 66 anos, sofreu um infarto fulminante enquanto dormia. Nas minhas mais remotas lembranças está lá o jovem José Wilker, com aquele jeitão hippie, macacão e cabelo comprido, nas novelas da Globo do início dos anos 70. Eu pequeno ainda, mal sabia que aquele magrelo com ligeiro sotaque nordestino já tinha dez anos de teatro e pendores esquerdistas. Ele fez muitas novelas desde então, quase uma por ano, com destaque para o Mundinho, de Gabriela, e em Roque Santeiro, em que fez o próprio, e Senhora do Destino, interpretando o bicheiro Giovanni Improtta ( que virou até filme). Mas as cenas que mais me marcaram em sua carreira foram mesmo no cinema: como o galinha Vadinho, em Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) - filme que sempre está na ponta em listas dos mais vistos de todos os tempos - e como o protagonista de Bye Bye Brasil (1979), na inesquecível "Caravana Rolidei". Sempre foi um apaixonado pela nona arte, escrevendo artigos para jornais e revistas sobre o tema e comentando a cerimônia do Oscar por vários anos. A sua voz marcante também lhe rendeu algumas narrações em documentários. Nos últimos tempos, fez o coronel Jesuíno no remake de Gabriela e participou de Amor à Vida, sua última novela, no ano passado. Um papel ruim aliás, não condizente com sua grande história na TV. Wilker se foi, mansamente, ao contrário de um de seus personagens mais importantes, o Vadinho, que voltou à Terra para atazanar e tentar "curtir" a vida mais um pouquinho ( abaixo, uma das cenas do filme que marcou o cinema nacional). Inesquecível.

4 de abril de 2014

Poesia.Net no Facebook

A Poesia.Net, boletim de divulgação de poesia criado há anos pelo sereníssimo Carlos Machado (Machadinho para os mais chegados), depois de muitos pedidos, agora tem sua versão na rede social. Há muito tempo, 12 anos para ser mais exato- a última edição está no nº 306 - o jornalista criou esse veículo, enviado por e-mail, para esmiuçar os grandes clássicos da poesia nacional e mundial e também mostrar grandes poetas de todos os tempos, muitos deles totalmente fora da mídia; Além dos nomes conhecidos e/ou consagrados, o boletim quinzenal também presta um grande trabalho à literatura, ao trazer promissores escritores em início de carreira. Sempre com a acuidade inata de Machadinho em suas análises detalhadas mas nunca chatas. Com esse novo formato, fãs e apreciadores da poesia que não conheciam o informativo poderão ter contato com um dos veículos literários mais queridos nas redações, entre os profissionais de jornalismo e da comunicação em geral.
https://www.facebook.com/avepoesia

3 de abril de 2014

A emocionante despedida da Kombi em seus últimos desejos

Divulgação
Em um pequeno documentário ( pequeno para o padrão cinema, mas bem extenso para o formato publicitário), a Almap mais uma vez detona em criatividade e pesquisa. Pesquisa aliás que contou com especialistas em memória e acervo histórico ( tendo à frente a equipe da Tempo & Memória) e levou seis meses para ser depurada e finalizada, entre gravações e viagens por três continentes. A idéia do filme "Os Últimos Desejos da Kombi", disponível no site da marca, é simples e marcante como a própria Kombi: o roteiro, contado em primeira pessoa pela atriz Maria Alice Vergueiro, diva da internet desde o vídeo "Tapa na Pantera" ( com uma grande tranquilidade na voz que lembra Gloria Meneses) traz personagens reais vindos dos depoimentos de proprietários na página que a Volks criou com o fim anunciado da sua produção. O último desejo da perua, é presentear essas pessoas que tiveram com ela um "affair" especial e um envolvimento único nesses seus mais de 60 anos de história, entre eles, o criador da pintura psicodélica famosa em Woodstock, a moça que veio à luz em seu interior e o filho do idealizador do modelo. A fotografia do filme, sutil, sem filtros exagerados ou ângulos acrobáticos, está perfeita nos flashbacks e nas diferenciações de épocas. Benjamin Yung Junior, Marcelo Tolentino, Marcelo Nogueira e Marcelo Pignatari Rosa são os responsáveis pela campanha e criação. A direção é de Fernando Gronstein Andrade ( Spray Filmes) e a trilha é de Lucas Lima. Um primor de vídeo e desde já uma das mais originais produções publicitárias nacionais, carimbando mais uma vez o prestígio internacional da premiada Almap.
A campanha toda, aqui: http://kombi.vw.com.br/pt

2 de abril de 2014

Biografia de Torquato

Uma ótima notícia veio hoje da rede: Toninho Vaz, o homem que botou no mundo a biografia definitiva de Paulo Leminski, seu amigo ( "O Bandido Que Sabia Latim", de 2001, que teve a 4ª edição censurada e brecada recentemente pelos familiares do poeta) e a certeira radiografia do Solar da Fossa, QG da inteligência cultural do Rio entre os anos 60 e 70 ("Solar da Fossa", 2011), conseguiu "parir" hoje a segunda edição da biografia de Torquato Neto, há muito tempo esgotada. A atual, revisada e ampliada, que sai pela mesma Editora Nossa Cultura, censurada no caso Leminski, ganhou um prefácio caprichado de Roberto Muggiati e já tinha sido autorizada por escrito pelo filho do biografado. Em tempos de "censura" às biografias, esse salvo conduto é um alívio danado. Bom para nossa História, com H maíusculo, que terá mais uma vez à disposição nas livrarias, uma das epopeias pessoais mais instigantes e incandescentes da contracultura nacional: a breve passagem de um poeta nordestino contestador e inquieto, que ganhou seu pão nas redações, combateu a ditadura com palavras/ letras/coragem, foi um dos articuladores da Tropicália e não teve um livro com suas poesias publicado em vida. Uma vida curta, mas vivamente extensa.