31 de julho de 2014

Capa do Mês: Carmo - Egberto Gismonti ( 1977)

Eu já tinha o progressive jazz "Sol do Meio-Dia", LP que Egberto Gismonti gravou em 1978 com Jan Garbarek, Collin Walcott e Ralph Towner. Agora, graças a minha visita à Feira Livre de Santo André, mais precisamente na banca mágica do grande Carlinhos, em um feliz sabadão da metade deste mês, consegui os dois álbuns anteriores: "Dança das Cabeças" ( com o parceiro para todas as horas, Naná Vasconcelos) e "Carmo", ambos de 1977. É desse último, que resolvi "pescar" a capa do mês. Carmo/RJ é a cidade natal do compositor/multiinstrumentista, e a sua embalagem traz justamente esse ambiente aconchegante de infância: becos/esquinas, família reunida à mesa, sinos/igreja matriz, ar puro/sossego. Janela escancarada pra rua. Música ao vento. Se escutar esse disco nos remete ao coração do Brasil, essa bela capa dupla, que generosamente abre seu portal recheado de fotos e lembranças, completa o conjunto e prova mais uma vez que a arte e o layout proporcionados por esses LPs setentistas extrapolam e tergiversam qualquer discussão comparativa ao CD. Enquanto a capa se abre para nós, que tal a audição de uma lírica faixa do próprio disco, com letra de Geraldinho Carneiro?
http://www.youtube.com/watch?v=IMxKFYkfXSk

Poesias na Agenda Cultural de São Caetano do Sul

Pra fechar julho com chave de diamante, além do lançamento do livro de poesias, também fui premiado com a inclusão de duas poesias curtas de minha autoria na Agenda Cultural mensal da Secretaria Municipal de Cultura de São Caetano do Sul (foto acima). Essa seção "Se Liga no Texto" é uma parceria com a Academia Popular de Letras, já incluída em pelo menos três edições passadas do informativo e é uma boa forma da população ter fácil acesso à literatura e aos trabalhos dos autores da região.
A agenda toda está aqui file:///C:/Users/marcos/Pictures/agenda2014_julho_final_web.pdf

29 de julho de 2014

Foto do Mês: João Massolini e Lourdes Pareja no início dos anos 60

Essa graciosa foto da época de namoro dos meus pais foi tirada no quintal da casa que meu avô Ricardo construiu em 1948 em São Caetano. Detalhe: essa casa, que já completou 66 anos de idade, ainda existe e é nela que eu resido desde 2004, junto com meus filhos e esposa. E se eu olhar pra foto e lá pra fora, posso ver que a residência mudou bem pouco dessa época pra cá. Meu pai acredita que essa imagem foi tirada por volta de 1963. Uma coisa é certa: minha saudosa mãe era mesmo de uma beleza hollywoodiana, ainda mais quando escancarava um sorriso. Mas deve-se acrescentar também o charme, o Vulcabrás bem engraxado e o furinho no queixo do jovem João Massolini.
Fiquei muito contente quando vi essa foto entre as selecionadas da seção "Em Foco" na última edição da revista Raízes (nº49/ Julho de 2014 - capa abaixo). Ela é uma imagem muito representativa para mim.

28 de julho de 2014

Aura de Heróis - o lançamento

Na última quinta-feira, 24, fiz o lançamento de meu último rebento literário, o livro de poesias "Aura de Heróis", no salão da biblioteca Paul Harris, na minha cidade São Caetano do Sul. A meteorologia até tentou melar, com previsões de rajadas de ventos, trovoadas e temporal, e até certo ponto amedrontou alguns amigos meus da capital e cidades vizinhas, mas no fim, fui agraciado com uma noite sublime, profunda, rodeado de amigos e familiares queridos. Sob a batuta da intensa e ativa Ana Maria Rocha Guimarães, responsável pelo sistema de bibliotecas da cidade e presidente da Academia Popular de Letras, da qual faço parte, alguns membros escritores abrilhantaram o evento com justas homenagens aos recém-falecidos Rubem Alves, João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna. Declamei duas poesias publicadas no livro, alternando-as com algumas selecionadas e citadas pela Ana Maria, e entre uma e outra dedicatória, papeei com gosto junto aos confrades que me prestigiaram. Obrigado a todos os presentes, ao Wilsão, que fez a trilha do evento tirando sons clássicos de seu violão e à Ana Maria e sua equipe ( excelente!). E obrigado aos meus filhos e a minha esposa, que me ajudaram em tudo, desde o clarear do dia. Toda essa força, empenho e energia, fizeram a noite se tornar inesquecível.
A foto lá em cima foi tirada pela minha sobrinha Fernanda Dávila. A primeira aqui embaixo também é dela. As últimas seis imagens são da minha mana Helô.

Ariano Suassuna (1927-2014)

Na última semana faleceu tanta gente boa, que eu acabei paralisando um pouco as efemérides, estático que fiquei com tanta perda importante na cultura. Ariano Suassuna foi o último, falecido no dia 23/07, aos 87 anos. Ariano, antes de qualquer coisa, foi um dramaturgo, e dos melhores: acabou criando "Auto da Compadecida" em 1955, peça que para Sábato Magaldi seria considerada o "texto mais popular do moderno teatro brasileiro".A sua essência sempre foi o teatro, e nele criou grandes trabalhos entre os anos 40 e 60. A literatura, os ensaios, a pintura, o movimento Armorial ( criado por ele em 1970, com a intenção de unir o erudito à arte popular nordestina) foi consequência de sua genialidade teatral, embora na primeira tenha se tornado um romancista de primeira, principalmente depois de botar no mundo o "Romance d'A Pedra do Reino", livro primoroso de 1971. Adorava conversar, explicar, opinar e tentar entender o mundo - dessa necessidade e dom, virou professor por longos anos e palestrante danado de bom. Até na política se meteu ( mas como se pode ver em sua biografia, de um modo seu, bem peculiar). Ariano Suassuna foi criador/escritor e artista único, portanto não deixa seguidores de seu estilo. Foi também um protetor e defensor ferrenho das raízes e tradições brasileiras, indo às vezes às raias da teimosia. Ariano foi múltiplo, e por toda a vida, um forte.
Separei alguns links que dão uma ideia do pensamento e dos movimentos de Ariano, lúcido até o fim. Vale a pena também procurar as suas aulas-espetáculos na rede. Mas antes de tudo, leiam os livros do mestre...
https://www.youtube.com/watch?v=fdIj4ryzOyo
https://www.youtube.com/watch?v=FkR_qqmaLk8
https://www.youtube.com/watch?v=5MDYKt7Bb0g



26 de julho de 2014

Conteúdo da Revista Acrópole está na rede

O grande chapa Rogério Engelmann mais uma vez vem com uma dica preciosa para esse blog: o conteúdo completo da Revista Acrópole, verdadeira referência e uma das publicações mais importantes sobre arquitetura já produzidas no país, está inteiramente disponível na internet. Segundo matéria do IABSP, a FAUUSP digitalizou mais de 27,5 mil páginas publicadas entre 1938 e 1971 e disponibilizou-as gratuitamente no site do projeto. O link para viajar nessa História da arquitetura paulista, brasileira e mundial é esse: www.acropole.fau.usp.br .

25 de julho de 2014

Previews - GraphicMSP Bidu - Caminhos

Sidney Gusman, o incansável Sidão, organizou mais um dos seus famosos previews com uma nova edição da excelente GraphicMSP,que iniciará sua segunda série em breve. 'Bidu - Caminhos', de Eduardo Damasceno e Luís Felipe Garrocho, traz uma aventura repleta de emoções, dramas e obstáculos em um tempo em que Bidu e Franjinha ( primeiríssimos personagens de Maurício de Sousa) ainda não eram melhores amigos. Além dessa obra, Astronauta II ( continuação da aventura que iniciou a série GraphicMSP) também tem previsão de lançamento para esse ano. Em 2015, a coleção continuará com Turma da Mônica II ( sequência dos irmãos Cafaggi), Papa-Capim, de Marcela Godoy e Renato Guedes, Turma da Mata, de Arton Fujita e Davi Calil ( o desenhista ainda será anunciado) e Turma do Penadinho, de Cristina Eiko e Paulo Crumbin. As imagens selecionadas por Sidão dão sinais que o álbum manterá a qualidade das obras anteriores, com cores bem distribuídas, contrastes e ângulos inusitados e cenas de puro lirismo - a começar pela capa (acima). Confiram:






23 de julho de 2014

"Aura de Heróis" - Finamente minha segunda cria poética vem à luz

Em 2001, último ano de minha querida mãe na Terra, lancei com muita alegria o livro de poesia "Borboletas Abissais", totalmente independente, ao lado de vários amigos e minha numerosa família. O tempo passa num piscar de olhos e depois de algumas participações em coletâneas, publicações e concursos, eis que 13 anos após, finalizei mais um volume recheado de poemas de várias épocas de minha vida. "Aura de Heróis" também surge independente, embora eu tenha contado com a força inconteste de alguns profissionais, a começar por essa expressiva capa, com arte e layout de Gonçalo Pavanello, artista plástico, designer e músico do ABC, fora de série também como pessoa. O Fárlei da Juizforana Gráfica e Editora e a Ana da Voilà! Estúdio Criativo também se empenharam demais da conta no processo gráfico e de diagramação, o que eu agradeço imensamente. No lado mais pessoal do projeto, contei com o apoio de sempre da minha musa Cristina, e não por menos, incluí na obra uma penca de poemas que fiz em sua homenagem durante toda a nossa união. Tive a felicidade também de contar com o texto precioso e elegante do jornalista e amigo de longa data Ricardo Berlitz, que gentilmente prefaciou o livro. E pra fechar com arte e chave de ouro, propositalmente selecionei para a obra, três fotos tiradas pela minha filha Letícia, que tem um foco e um enquadramento incrível desde pequerrucha, e dois desenhos, um do meu pai e outro do meu filho Gabriel, finalizando um ciclo de três gerações e cinco décadas. Os livros chegaram de Minas na semana e já amanhã aportarão na Biblioteca Paul Harris, da minha city São Caetano, para o lançamento oficial. Mais detalhes do evento, com horário e endereço, podem ser capturados na matéria que o blog da Academia Popular de Letras fez sobre o lançamento. Espero vocês lá!
http://academiapopulardeletras.wordpress.com/2014/07/23/marcos-massolini-lanca-aura-de-herois-nesta-quinta-em-sao-caetano/

21 de julho de 2014

Mestre Itamar Assumpção no Ensaio da TV Cultura ( íntegra do programa de 1999)

divulgação/TV Cultura
Em 1999, ano abençoado do nascimento de meu filho Gabriel, mestre Itamar Assumpção, acompanhado do seu fiel violão e dois instrumentistas e duas vocalistas ( entre elas a jovem Anelis, sua filha) destrincha sua história e grandes momentos de sua fidedigna carreira. É sempre uma grande dádiva ouvir/ver uma apresentação desse compositor tão admirado por seus pares, cultuado por quem entende e conhece a música verdadeira brasileira, mas ainda pouco conhecido do grande público. Assim como Milton Nascimento, Itamar é na dele, outro tímido que se transforma quando extrai sua arte das entranhas. E outro tímido que desanda a falar quando o assunto cai para as raízes e para a música. Pra acabar com a mediocridade geral, recomendo Itamar Assumpção em doses homeopáticas semanais ou mensais, não importa - importante é ouvi-lo pelo resto da vida.
link: https://www.youtube.com/watch?v=uiQxFFWrx-Y

18 de julho de 2014

João Ubaldo Ribeiro (1941 - 2014)

Semana difícil.... Johnny Winter, Vange Leonel ( "calada noite preta...") e agora João Ubaldo Ribeiro. O homem que ocupava a cadeira 37 da ABL, que venceu uma penca de prêmios (incluindo internacionais), que não gostava muito de vírgulas ( vide "Viva o Povo Brasileiro") e que deixa uma obra brasileiríssima, original, de suma importância para a história do romance nacional. Também gostava de hablar, com sua voz grave e suas opiniões contundentes e nem sempre otimistas, embora como pessoa, transformasse qualquer recinto em uma reunião festiva e movimentada. Sargento Getúlio ( que virou filme), O Sorriso do Lagarto ( que virou série televisiva), além do citado Viva o Povo Brasileiro são clássicos imediatos, trabalhos de grande relevo, e merecem estar em toda biblioteca que presta.Por muito tempo, foi jornalista em jornais da Bahia, seu estado de nascença. Também colaborou com jornais na Europa, principalmente na Alemanha, onde morou, e ultimamente tinha coluna semanal em jornais do Rio e São Paulo. Tradução também foi seu ganha pão por um bom tempo. Ele vinha escrevendo um novo romance há alguns anos... esperemos que tenha dado tempo para um desfecho publicável. Caras como João Ubaldo Ribeiro deixam um enorme vazio na nossa literatura, já tão cheia de vazios. Mas sua rica obra, ainda bem, fica entre nós.
Mais sobre sua morte e sua carreira, aqui: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/07/morre-no-rio-o-escritor-joao-ubaldo-ribeiro.html  e aqui: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2014/07/videos-relembre-carreira-do-escritor-joao-ubaldo-ribeiro.html



17 de julho de 2014

Johnny Winter (1944-2014)

Morreu um ícone da guitarra e lenda do blues, aos 70 anos. Johnny Winter sempre surgiu em listas especializadas como um dos 100 melhores guitarristas de todos os tempos. Eu, que curti muito o albino endiabrado a partir dos anos 80 ( ouvindo seus primeiros discos dos anos 70, claro), sempre o coloquei entre os 50. O cara era phoda e mesmo nos últimos anos, esfacelado pelas drogas pesadas que consumiu em parte da sua vida, tocando numa cadeira de rodas de cabeça baixa, continuava estraçalhando as cordas de sua guitarra, evocando o bom e velho blues de sempre. Eu gostava tanto de seus primeiros discos, que acabei comprando no pacote trabalhos do seu irmão Edgar Winter, que também não era fraco não e adorava o blues também, embora tenha se perpetuado como multi-instrumentista - teclado ganhando - e durante a carreira irregular arriscou até uma fusion mais jazzistíca que seu irmão sempre ignorou. O curioso é que os irmãos chegaram  a formar uma dupla vocal nos anos 50, no estilo dos Everly Brothers - alguém consegue imaginar essa cena? Em 1962, já totalmente "enterrado" no blues e frequentando os clubes negros com o irmão, participou em um deles do show de B.B.King e foi aplaudido em pé - B.B se arrependeu até o fim de seus dias por ter deixado aquele branquelo petulante de 17 anos subir em seu palco. Johnny até podia misturar rock britânico, country e rhiythm no caldo de seu blues, mas o resultado final sempre descambava para a pura raiz do Delta do Mississipi e para o essencial rock and roll. Edgar, embora com carreira própria, sempre o acompanhou de perto. Muddy Waters o chamava de filho e tanto ele como outro ídolo de Johnny, John Lee Hooker, acabaram sendo produzidos pelo pupilo, que também tocou em seus discos. Participações aliás, sempre foi rotina em seus discos - os guitarristas sempre adoraram Johnny, incluindo Hendrix, que tocou com ele ( foto abaixo) e o elogiou bastante.
O último disco gravado por Winter, e que deve sair em setembro, conta com as ilustres presenças de Eric Clapton, Ben Harper, Billy Gibbons, Dr.John, Brian Setzer, Joe Perry e Leslie West. Bem acompanhado até o fim. Que o Deus da Guitarra cuide bem de Johnny Winter.
Mix no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=8Tyg5SJDpiQ&list=PL6824BF48B097B53C

14 de julho de 2014

Revista da Cultura 84

Sempre que tenho a oportunidade de adentrar a Livraria Cultura, a primeira coisa que faço é procurar a essencial Revista da Cultura. Não só por ser grátis, mas porque a publicação tem um conteúdo muito rico e bem realizado. A número 84, deste mês, por exemplo, traz pautas substanciosas, como os 50 anos da espevitada Mafalda do argentino Quino, uma grande entrevista com o ator Juca de Oliveira, os 20 anos do Castelo Rá-Tim-Bum e sua consequente exposição e dois perfis bem redondos com a surpreendente compositora Thaís Gulin e a vocalista globalizada Mayra Andrade, duas artistas da nova safra que vêm arregimentando cada vez mais novos admiradores. Todas as edições vêm também com a vasta seção 'drops', com novidades culturais, colunas assinadas, dicas de leitura, tirinhas temáticas e a seção "preferidas da redação", com seleções, memórias e sugestões culturais da turma que faz e colabora com a revista. Quem não tem como ir pessoalmente à livraria, pode acessar o conteúdo integral das edições disponível no site (link abaixo). Mas quem tiver a chance de visitar tanto a loja da Avenida Paulista como a do Shopping Bourbon, não se arrependerá: a Livraria Cultura é um paraíso para quem gosta de leitura/cultura, tanto por suas instalações gigantescas como por seu bom gosto e cuidado nas seções e disposições dos itens.
http://www.revistadacultura.com.br/home.aspx

13 de julho de 2014

Revista de História da Biblioteca Nacional na internet


A excelente Revista de História da Biblioteca Nacional, com certeza a melhor publicação sobre a História do Brasil em bancas, também vem disponibilizando seus apurados textos no site www.rhbn.com.br. Artigos ensaios, reportagens, dossiês, todos escritos por historiadores e especialistas em áreas como política, economia, música, dramaturgia, quadrinhos, editoração, sociologia, costumes, entre tantos assuntos ligados à historiografia. Confiram lá.

10 de julho de 2014

Baú do Malu 47 : Folhetos originais do Teatro de Bolso de Ipanema, com arte de Millôr Fernandes


Esses preciosos folhetos originais acima são do famoso "Teatro de Bolso" de Silveira Sampaio, cuja trupe revirou do avesso a cultural Ipanema do início dos anos 50. Com direção e texto do próprio Silveira Sampaio, as duas encenações são de 1953, sendo "Da Necessidade de Ser Polígamo", remontagem de um estrondoso sucesso de 1949 do mesmo teatro, marcando seu 5º ano de funcionamento. Destaque para Rosamaria Murtinho em um de seus primeiros papéis ( a atriz, outra que não revela por aí sua idade, aparece em muitas fontes como nascida em 1939. Se fosse vero, ela estaria encenando essa peça com 13 ou 14 anos). Em ambas, Silveira Sampaio aparece também como ator. E nos dois folhetos, o inconfundível traço de Millôr Fernandes enriquece a divulgação, mesmo sem a sua assinatura: em "Deu Freud Contra", escreve na lateral: "Este programa é uma produção Vão Gogo"; já no flyer de "Da Necessidade de Ser Polígamo", aproveita para divulgar sua própria peça: "e por falar em estréia, vá ao Dulcina ( onde é permitido o traje esporte) ver a de Vão Gôgo, na interpretação de Armando Couto e Ludi Veloso. A peça se chama "Uma Mulher em Três Atos". Millôr, um dos grandes do traço, mas que também jogava em outras dez posições ( jornalista, cronista, humorista, produtor, ilustrador, jogador/inventor do frescobol, haikaista, diretor, roteirista e teatrólogo), era amigo, incentivador e colaborador da turma do Teatro de Bolso, e por isso tinha essas liberdades.
Nos links abaixo, um pouco mais de Teatro de Bolso no blog de um iluminador que fez parte dessa trupe e a íntegra do livro de Rosamaria Murtinho que saiu pela ótima coleção Aplauso, com trechos importantes dessa fase áurea do teatro carioca.
http://www.elbufon.com.br/03_bolso.html
http://livraria.imprensaoficial.com.br/media/ebooks/12.0.813.010.pdf

3 de julho de 2014

Bobby Womack (1944-2014)

Divulgação
Bobby Womack, um dos grandes do soul, faleceu na semana passada aos 70 anos. Soube dessa notícia pelo antenadíssimo Rogério Engelmann, um dos meus amigos que mais entendem de música negra. Bem jovem, Womack já vivia de música, formando com seus quatro irmãos o quinteto gospel The Valentinos. Logo depois, se destacou como guitarrista de grandes vozes do soul, como Wilson Picket e Sam Cooke, que acabaram gravando sua composição de maior sucesso, "It's All Over Now". Foi com essa canção também que os Rolling Stones entraram pela primeira vez nas paradas, em 1964. Com a morte prematura de Sam Cooke, com quem formava uma fértil parceria, Womack zanzou como guitarrista pelo circuito soul e rhythm'blues, em baixa no início, mas logo se enturmando com grandes lendas como Ray Charles, King Curtis, Sly Stone e Aretha Franklin. Os anos 70 viram Bobby se firmar como artista solo, e tanto seu primeiro disco, Communication, como os demais, alcançaram grande êxito. "Breezin", na voz de George Benson, foi outro grande hit entre suas composições. Em 1994, lançou o discaço "Ressurrection", com participações especiais de Ron Wood, Keith Richards, Rod Stewart e Steve Wonder, que lhe deu novo ânimo na carreira. Entrou para o Rock & Roll Hall of Fame em 2009. E mesmo com uma série de problemas de saúde, não perdeu o pique: lançou outro belo disco em 2012, passou pelo Brasil em turnê no ano passado e deixou gravações para um próximo álbum. Bobby Womack foi um cara de coragem e assim se foi.
O Rogério deu a dica da boa matéria do Jazzmaster a respeito, com vídeos, e aproveitou pra complementar com a sua seleção também. Todas essas fontes seguem abaixo:
A matéria : http://jazzmasters.com.br/materias/bye-bobby/ 
It's All Over Now - https://www.youtube.com/watch?v=KiC9d7JvD3A 
If You Think You're Lonely Now -  http://www.youtube.com/watch?v=sbbZ_k1Z8gU&feature=kp 
That's the Way I Feel About 'Cha - https://www.youtube.com/watch?v=Uyt106EA9w0
Across 110th Street - trilha do filme Jackie Brown - https://www.youtube.com/watch?v=HyjhOxqPmjI
Breezin, com George Benson - https://www.youtube.com/watch?v=O8ysfBys4cg
I Wish He Didn't Trust Me So Much - https://www.youtube.com/watch?v=ovmS20sc2_U