30 de setembro de 2015

Vídeo da Willys Overland feito por Jean Manzon pela Atlântida (1963)


A redação de Quatro Rodas conseguiu compartilhar esse vídeo histórico da Willys-Overland em sua página no FB, para a reportagem dos 60 anos da empresa francesa Alpine, completados neste mês. Um filme promocional para os amantes de carros clássicos mas também para os que se interessam pela História da região e do nosso próprio país, já que a Willys foi uma pioneira da indústria automobilística no Brasil.

Com direção do já experiente fotógrafo e diretor Jean Manzon e produção da Atlântida para a divisão de RP da empresa, as cenas são de babar: além de aéreas da fábrica ( Santo Amaro, região de Interlagos), a câmera passeia pela produção e foca nos antológicos modelos Willys Interlagos ( feitos em parceria e sob licença da Alpine), em performance no rústico e selvagem autódromo de Interlagos há 52 anos atrás. Sublime!

https://www.facebook.com/quatrorodas/videos/10153283594853152/


Deu no Estadão: Vinis já ultrapassam em receita serviços de música gratuita

Crédito: Link/Estadão
O Estadão ( editoria Link) constatou em matéria da semana o seguinte: a facilidade e disponibilidade das músicas em formato digital complicou a vida do CD sim, mas em um movimento inverso, contribuiu também para o retorno do vinil. Uma das provas dessa preferência pelos tradicionais bolachões é que a venda de discos neste formato já gera uma receita maior do que serviços que oferecem músicas de graça, como Youtube, Spotify e VEVO juntos. Ou seja:a emoção, a aventura e o ritual de ouvir um LP, com suas imperfeições, ranhuras, respirações e capas trabalhadas está mesmo capturando os corações da moçada ( a velharada, como eu, nem precisa contar).
A matéria completa aqui:

http://blogs.estadao.com.br/link/venda-de-vinis-gera-mais-receita-que-servicos-como-youtube-spotify-e-vevo-juntos/

29 de setembro de 2015

Foto (s) do Mês: Festa na Estudantina (1968)


Essas duas fotos incríveis foram tiradas na Estudantina ( casa tradicional de gafieira no Rio de Janeiro, fundada em 1931) em 1968. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão ( tropicalista, sim, senhor!) e parte dos Mutantes ( Arnaldo e Serginho) comparecem nas fotos. Caetano Veloso comemorou seu aniversário ( que é justamente 07/08) mas pelos discos nas paredes e apontamentos à lápis no verso, a noite teve também a comemoração do lançamento do disco "Tropicália ou Panis et Circensis", cartão de visita do movimento ( a presença de Nara corrobora isso). Percebe-se também uma banda tocando a todo vapor no fundo, com uma profusão de metais. Como eu adquiri essas fotos originais de um colecionador que por sua vez conseguiu de um carroceiro na rua, não há mais informações adicionais sobre esse dia histórico ( a não ser o que está grafado no verso da foto : 07/08/1968 - Lançamento do disco "Tropicália" - Estudantina) e nem o nome do fotógrafo. Quem tiver mais infos a acrescentar, fique à vontade. Qualquer notícia a respeito será muito bem vinda!

28 de setembro de 2015

Super Libris: os escritores dão as caras na TV


A dica veio do próprio diretor do programa: Super Libris, série dirigida pelo escritor, roteirista e cineasta José Roberto Torero, é uma série com 52 programas fechados, cada um com 26 minutos, com foco todo voltado para a Literatura. Cada programa traz sete blocos temáticos e podem ser exibidos tanto na grade da programação do OI TV ( canal 138) como na página da internet (www.sesctv.org.br/aovivo#sthash.0l21a7BF.dpuf ). No site, aliás, pode-se encontrar cada programa no ícone "EPISÓDIOS" ( estão todos ali, com seus respectivos títulos). A linguagem é direta, permeada por vinhetas gráficas e não faltam mergulhos nas obras e no próprio universo pessoal de cada escritor, além de curiosidades e surpresas do mundo literato. Boa leitura!

26 de setembro de 2015

Animação estupenda de Petrov leva até 5 anos para ser concluída!

A incrível animação realista do russo Alexandre Petrov, feita desde os anos 80 e que pode chegar a 5 anos de produção, traz uma técnica surpreendente: a pintura à óleo sobre vidro, onde os próprios dedos são usados como pincel e praticamente um quadro é feito para cada frame de filme. Em seu realismo romântico, Petrov, ganhador do Oscar em curta metragem de animação, usa seu estilo único para retratar dramas e cenas emocionantes, incluindo paisagens dinâmicas, animais resplandescentes e personagens profundos, em tons realistas mas épicos. Pinturas animadas estupendas, de encher os olhos e que merecem mais views na rede.

My Love ( 2006) - https://www.youtube.com/watch?v=DbujQBabpvk

A Sereia ( 1997) - https://www.youtube.com/watch?v=7MpAr3rcEg0

A Vaca (1989) - https://www.youtube.com/watch?v=fVzPiIfcvxo

Encore (2010) - https://www.youtube.com/watch?v=weCQBmqqOSA

O Homem e o Mar (1999) - https://www.youtube.com/watch?v=W5ih1IRIRxI


25 de setembro de 2015

Minutemen: punk com muito punch

Os Minutemen não são muito conhecidos no Brasil, o que é uma lástima! Uma das melhores bandas americanas dos anos 80, começou exatamente no ano 1 da década, misturando hardcore com experimentalismos vários. Seus primeiros EPs tem pegada punk mas tem também batida e baixo do velho e bom funk. Na verdade, cada lançamento era sempre uma surpresa: ora punk tradicional, ora experimentações surpreendentes, ora solos intrincados, ora porrada nos tímpanos, ora pitadas do pop maroto dos 60 - ecletismo sempre no 100%. Até que no aclamado LP "Double Nickels on the Dime" de 1984 (duplo), tudo o que eles tinham feito anteriormente, veio com mais inteligência ainda e participações pra lá de especiais. O resultado? o disco é considerado até hoje um dos discos mais inovadores de rock dos anos 80! 



Sem o Minutemen talvez não existisse sons como os feitos pelo Red Hot Chili Peppers e o Rage Against Machine. A banda também celebrou um novo tipo de conduta dentro da cena punk, conhecida na cena californiana como "Jamming Econo", com ênfase e senso na calmaria e tranquilidade em contraponto ao som hard e nervoso. A banda, embora tenha começado em 1980, já era mais um projeto na vida dos amigos D. Boon ( guitarrista/compositor/depois vocalista) e Mike Watt (baixista), que formaram várias bandas na escola, desde 1973. O baterista George Hurley entrou um pouco depois do início do Minutemen, em junho de 80, pra não mais sair. Um dos motivos talvez, para a banda não ser muito conhecida por aqui é a carreira meteórica: o líder nato D. Boon morreu tragicamente e prematuramente em 1985, no auge da carreira, em um acidente automobilístico. O amigo Watt ficou um bom tempo incomunicável, mas aos poucos voltou a aparecer com o legado de Boon ( graças também a um empurrãozinho do Sonic Youth), sempre com dedicatória ao velho chapa. Muitos no Brasil talvez escutaram e não sabiam que era deles: a música "Corona", tema da série  e do filme Jackass, faz parte do citado "Double Nickels on the Dime", obra prima dos Minutemen.

Double Nickels on the Dime - Side D. - https://www.youtube.com/watch?v=4LjMeGtgE0M   

Double Nickels on the Dime - Side George - https://www.youtube.com/watch?v=lxu5fID_mMU 

Double Nickels on the Dime - Side Chaff - https://www.youtube.com/watch?v=DfgQtKzQq0U  

The Punch Line - https://www.youtube.com/watch?v=7xYHzC_yYTk 

What Makes a Man Start Fires - https://www.youtube.com/watch?v=cVgMAs44fgU 

The Politics of Time - https://www.youtube.com/watch?v=EY8jj3bb3N8 

Joy ( EP) - https://www.youtube.com/watch?v=cnotsklv1bI 

Buzz or Howl Under the Influence of Heat (EP) - https://www.youtube.com/watch?v=nFZH1HblqQ4 

Paranoid Time ( o primeiro EP) - https://www.youtube.com/watch?v=zY6B4_kShvg 

Project: Mersh ( o último EP) - https://www.youtube.com/watch?v=9OJO9DdysLw 

3 Way Tie ( For Last) - https://www.youtube.com/watch?v=ScVbA7KJ7y0 

Pacote Rock and Roll do Baraldi!



Logo que redescobri aquele folheto supimpa da banda Laranjas (como descrito no post : http://www.almanaquedomalu.blogspot.com.br/2015/09/bau-do-malu-58-folheto-da-banda.html) , pensei na hora em mandar digitalmente para o Márcio Baraldi, o autor. Fi-lo, como diria o velho Quadros. Ele adorou - a imagem fez muita coisa voltar à sua memória - e além de relembrar vários fatos e pessoas dos bons tempos do ABC, quando fazia quase tudo no zine Rocker ( tenho alguns aqui na minha bagunça... uma hora eu posto aqui) e fez a inesquecível capa do disco "Rock do ABC" ( já mostrada aqui:( http://almanaquedomalu.blogspot.com.br/2015/01/foto-do-mes-rockers-e-punks-do-abc.html ), resolveu me mandar esses dois itens acima, mais dois projetos dos seus ( entre dezenas de jobs paralelos do elétrico Baraldi). A dupla Roko Loko e Adrina-Lina já é bem conhecida da nação roqueira e da galera dos quadrinhos ( há muito tempo é publicada na revista Rock Brigade, por exemplo). Já o DVD duplo da lenda viva Serguei (com mais de 80 anos de idade e mais de 50 de rock!!) faz parte de uma atividade mais recente do autor - a de diretor e produtor de documentários. Ele já havia feito o bem recebido DVD do mestre dos quadrinhos Rodolpho Zalla; e eis que ele trouxe também essa nova empreitada sobre a vida/obra/lendas do louco Serguei em 160 minutos de doc, mais fotos, clipes, aparições em programas de TVs e bônus com shows raros. Bem completo! Aliás, completo como tudo o que o Baraldi se mete a fazer. Com muito suór, persistência, talento e claro, o espírito rock and roll sobrevoando tudo! Valeu, Baraldi!

22 de setembro de 2015

Até, Quequé!

O famoso "Churras dos Virgens" (1983/84): Quequé na ponta, de azul, com namorada; João e namorada, Marciona, Vladimir ( com cigarro na boca), Rogério ( de preto), Zum, Maguila e namorada. No centro, Gan, se fazendo de "canguru aloprado"; agachados: Fran, em infração basqueteira ( parado no garrafão) e Sachetão, todo camuflado ( foto: acervo Paulo Sacheta).
O amigo Quequé ( nascido Américo) estava sumido há mais de uma década, e quando eu quis revê-lo nos últimos encontros que realizei com a oitentista turma de Táxi de São Caetano, entre 2009 e 2012, infelizmente ele não pôde comparecer. Nós sabíamos que ele tinha metido o pé na jaca anteriormente, com relação ao álcool, e muito desse seu problema tinha relação com problemas particulares e tragédias pessoais que ele só revelava em parte. Pra gente, que tinha entre 15 e 17 no início dos 80, o Quequé, dois ou três anos mais velho, era "o cara": namorador, boa pinta, estiloso ( vivia de camisa e com a calça jeans lá pra baixo, sempre com o cinto tipo "exército" pendente), bom de briga e de copo. Bruto e gentleman ao mesmo tempo. Fizemos poucas e boas naqueles desconcertantes anos! Primeiro houve a aproximação, em uma excursão escolar de formatura ( Rancho Ranieri em Itapecerica da Serra - 1982) e logo estávamos juntos na lendária turma do Ponto de Táxi, que se reunia na esquina da Rua Oriente com Rua Flórida, uma das mais famosas de São Caetano do Sul. Em seguida, rolou um memorável churrasco ( "Churra dos Virgens") bolado pelos aniversariantes virginianos da turma ( eu, Quequé e mais três) e que rendeu uma pelada no campo de futebol com os jogadores vestidos de mulher (!). Foi a ignição para viagens posteriores inesquecíveis, principalmente para o litoral paulista, na casa de amigos em comum. Numa dessas, em Itanhaém ( na casa do amigo Wirtão), aconteceu de tudo: brincadeiras assustadoras pós-meia noite na praia ( que era um breu) e barulhos estratégicos nas paredes da casa ( cortesia do próprio Quequé), fizeram alguns dos nossos tremer na base e se borrar de medo ( né, Lupa, Rica e Fran?). Já em outra viagem - Boqueirão/Praia Grande (casa do João), mais emoções, mas dessa vez sem resquício de brincadeira: alguém que estava com a gente no calçadão chutou uma caixa de papelão vazia na rua, deixada ali justamente para provocar. Logo saíram três ou quatro locais já ameaçando briga e  o motivo, segundo eles, era por termos chutado de propósito a caixa que tinha um suposto tênis dentro, que pertencia a um deles. Desculpa deslavada para iniciar um tumulto. Quequé, que nunca levou desaforo pra casa, já estava um tanto alto ( aliás, todos nós) e partiu pro contra ataque. Rolou um empurra empurra básico, um ou outro chute no vácuo, e a coisa só não degringolou por que milagrosamente uma viatura passou pelo local, o que ocasionou a dispersão. Em São Caetano, Quequé não perdia um bom papo no balcão da Panificadora Canoa, um baile no Buso Palace ou na Hipnosis, uma discussão pontual ou uma essencial companhia feminina. Casou relativamente novo, ainda em 1990, na mesma época em que a turma se dissolvia,  e se eu o vi umas três vezes depois disso, foi muito. Numa dessas oportunidades, encontrei-o como um dos organizadores da famosa Corrida de Reis, tradicional competição de rua da cidade que existe até hoje. Então, passados alguns bons anos,  veio aquele revival bolado por mim ( ENTUPA - Encontro da Turma do Ponto e Amigos) , que deu oportunidade para muitos se reverem depois de um 'tempão'. Mas por um toque do amigo e ex-vizinho de rua João, que comentou que ele não estava saindo mais por conta do seu problema já citado com a bebida, acabei não chamando-o para o nosso encontro. Uma pena. Hoje acredito que tenha sido um erro. A vida é curta, passa num piscar de olhos, e essas oportunidades únicas não podem ser desperdiçadas. Mas também acredito que o que tem de ser, é, e tem motivos que a nossa vã filosofia sequer suspeita. Quequé deixou o nosso mundinho um dia depois de seu aniversário, agora no começo de setembro. Devia ter uns 52 anos no máximo. Espero de coração, que sua vida tenha de alguma maneira valido a pena. As maravilhosas aventuras e momentos de camaradagem passados naquele grande pedaço de década no século XX vão arrefecer a alma dos envolvidos por muito, muito tempo. Até, Quequé!

21 de setembro de 2015

Baú do Malu 58: Folheto da banda Laranjas ( anos 80)




Esse folheto bacana, desenhado pelo incansável Márcio Baraldi para a banda Laranjas, do ABC paulista, não tem ano de produção, mas deve ser de meados dos ano 80 ( eu chuto 1986). Eu cheguei a postar o mesmo folheto no FB esta semana, e um dos fundadores do Os Laranjas (ainda com o "Os"), Billy Albuquerque , que saiu logo no começo ( por volta de 1982) , comentou que no início, a banda fazia um som punk, mas voltado para a paródia, mais ou menos como se o Língua de Trapo enveredasse para o som pesado. Com o passar do tempo e a entrada de novos integrantes, as músicas ficaram com um padrão menos experimental e um discurso mais simples e direto, embora mantendo um certo humor nas entrelinhas. No Youtube tem algumas músicas dessa segunda fase registrada pela inconfundível HQ do Baraldi. O artista aliás, continua elétrico, fazendo suas charges e HQs em seu QG multimídia e com a mesma pegada rock and roll de sempre! Inclusive, ultimamente ele vem produzindo e metendo a mão na massa em documentários para o formato DVD ( já fez um excelente sobre o quadrinhista Rodolpho Zalla e agora lançou uma bio do lendário roqueiro Serguei). Salve Baraldão!

O Rádio - https://www.youtube.com/watch?v=T-nIAypuU_0

19 de setembro de 2015

Keith Richards no Netflix

Quem quer um alternativa mais rock ao Rock in Rio ( sim, o festival tem rock, mas é tanta mistura - Ivete Sangalo, Mart'nália, Ivan Lins, Rihanna, Kate Perry, etc, que o rock acaba tendo de subir no banquinho pra sair na foto oficial), eis uma saída sem erro: desde ontem, está disponível no canal Netflix em tofo o mundo, o documentário "Keith Richards: Under the Influence", uma produção original do canal que foca na trajetória do veterano guitarrista dos Stones, com ênfase nas pessoas, lugares e sons que orbitam em torno de sua lenda. A direção é do oscarizado Morgan Neville. Imperdível!

18 de setembro de 2015

Carlos Manga (1928-2015)


Carlos Manga, um dos maiores diretores de televisão, faleceu ontem, aos 87. Foi um ótimo diretor de cinema ainda nos anos 50, pela Atlântida ( veja lista lá no fim), mas a televisão acabou levando-o nos anos 60 e ele quase não fez mais filmes para a telona ( as exceções foram "O Marginal" de 1974 e "Trapalhões e o Rei Futebol", de 1986, com Pelé). Uma pena, pois foi um dos melhores do período de ouro das chanchadas, inclusive sendo responsável por juntar os dois astros da Atlântida em um filme: Oscarito e Grande Otelo. Quase ninguém citou em seu obituário, mas ele foi o responsável por um dos programas mais badalados dos anos 60 - a Jovem Guarda - embora tenha se especializado na verdade em fazer programas humorísticos, tanto para a Record como para a TV Rio. Nos anos 80, reacendeu essa fagulha humorística, primeiro com Chico Anysio, depois Trapalhões, e fechando esse ciclo, Zorra Total. No meio disso, uma galinha dos ovos de ouro: Domingão do Faustão. Já como diretor artístico da Globo, a partir dos 90, fez muitas séries e algumas novelas, diminuindo o ritmo só no começo deste século. Manga era considerado pelos seus pares, um diretor bastante exigente, mas toda essa rigidez era pra extrair o máximo de cada ator/atriz que dirigia. Nos últimos anos, foi homenageado de todas as maneiras: estátua no Cine Odeon, personagem em novela, prêmios pelo conjunto da obra. Também gostou de atuar nesses tempos mais recentes, ora como ele mesmo, ora como personagem em participação especial. Ganhei seu livro autobiográfico no ano passado e ali tem muitas curiosidades e histórias incríveis. Foi ali que eu soube que ele era bancário e estudante de direito antes de ser diretor ( na verdade, antes de trabalhar no almoxarifado e ser contra-regra e assistente, duas funções iniciais quando começou no cinema), e que foi graças a um empurrãozinho do ator Cyll Farney ( irmão de Dick Farney, um dos protagonistas do seu filme "O Homem do Sputnik, de 1959, ao lado de Jô Soares) que ele conseguiu uma boquinha como profissional da sétima arte.
Entre as atrizes Eliana Macedo e Fada Santoro ( gravações de "Nem Sansão Nem Dalila", de 1954)
Workaholic desde sempre, fez 32 filmes em um período relativamente curto, e entre suas proezas, foi morar em Roma nos anos 70, onde chegou a trabalhar com mestre Fellini, e também foi quem levou a irreverente Dercy Gonçalves para a televisão (Excelsior). Um trajetória brilhante, com certeza.
Abaixo, uma lista com os principais trabalhos de sua carreira:

Novelas
"Anjo mau" (remake, 1997)
"Torre de Babel" (1998)
"Belíssima" (2006)
"Eterna Magia" (2007)
Minisséries
"Agosto" (1993)
"Memorial de Maria Moura" (1994)
"A Madona de Cedro" (1994)
"Incidente em Antares" (1994)
"Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados" (1995)
"Decadência" (1995)
"Um Só Coração" (2004)
"Afinal, o que Querem as Mulheres" (2010)
Seriados
"Sandy & Junior" (1999)
"Sítio do Picapau Amarelo" (2001)
Programas
"Domingão do Faustão" (1989)
"Chico City" (1973)
"Os Trapalhões" (1979)
"Zorra Total" (1999)

Cinema  
"Carnaval Atlântida" (1952)
"A Dupla do Barulho" (1953)
"Nem Sansão nem Dalila" (1954)
"Matar ou Correr" (1954)
"O Homem do Sputnik" (1959)
"O Marginal"
"Assim era Atlântida"
"A Dupla do Barulho" (1953).
"Nem Sansão nem Dalila" (1954)
"Matar ou Correr" (1954)
"O Homem do Sputnik" (1959)
"O Marginal" (1974)
"Assim era Atlântida" (1975) e "Trapalhões e o Rei do Futebol" (1986)

Outra exceção em sua carreira cinematográfica foi a direção em 1975 do documentário "Assim Era A Atlântida". Segue na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=uiwZ_BMXIDU 

15 de setembro de 2015

Pererê nº 3 ( dezembro de 1960) devidamente destrinchado


Eu já tinha feito um post aqui mesmo sobre a edição nº3 de Pererê, ainda em sua primeira série ( de 1960 a 1964 pela Cruzeiro S/A) - veja aqui: http://almanaquedomalu.blogspot.com.br/2009/10/bau-do-malu-11.html - e resolvi revisitar o assunto na minha coluna "Alma de Almanaque" lá no blog Colecionadores de HQs. Mal sabia eu que a releitura do post me traria surpresas no caminho. Além do que eu já havia mencionado no post de 2009 - a aparição de Dorival Caymmi na HQ de abertura principalmente - destrinchei outras páginas da edição e acabei descobrindo os nomes de toda a equipe original do Ziraldo que produzia o clássico gibi em uma inocente charada na página de passatempos. Com a coluna publicada, mais surpresas agradáveis: nos comentários à matéria, a participação do cineasta Ricardo Favilla, que está prestes a lançar um documentário sobre a revista e que não só gostou do artigo como adicionou informações cruciais como a morte recente de Heucy Miranda, responsável pelas cores da revistinha e que atualmente trabalhava com animação ( o que decreta o passamento de todos os membros originais da equipe de Ziraldo, incluindo M.Sardella, pouco citado nessa fase por trabalhar simultaneamente na Rio Gráfica). Também Reinaldo Picheco, grande colecionador de Campinas, mencionou em outro comentário que lembrava de uma aparição da musa Nara Leão em outro gibi do Pererê ( fui atrás e encontrei a informação nesse estudo: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1308176460_ARQUIVO_ArtigoANPUH-Copia.pdf  - que confirma a participação da musa da Bossa Nova com outro compositor dos bons - Sérgio Ricardo). Depois de tantas emoções, ainda constatei ao folhear mais uma vez a edição, uma inscrição milimétrica ao lado da figura de Dorival Caymmi, que após uma boa olhada de lupa, finalmente pode ser lida: "Colaboração do Appe ( imagens abaixo). A surpresa final: o genial compositor baiano foi retratado na página por um dos grandes artistas da caricatura brasileira em todos os tempos.



A coluna: http://colecionadoresdehqs.com.br/destrinchando-perere-no3-dezembro-de-1960/

13 de setembro de 2015

As "fitas" estão vivas!

Interior de la fábrica de casetes de audio de National Audio Company. / BLOOMBERG
Mais uma dica duca do antenado Almir Américo, diretamente do outro lado do mundo ( Moscou): matéria do El País sobre a sobrevida das famosas "fitas cassetes" e "fitas de rolo", que fizeram a alegria de várias gerações pré-Youtube e pré-email. A produção nos EUA ( na homônima cidade dos Simpsons - Springfield) está à toda. Confiram no artigo ( com vídeo):
http://economia.elpais.com/economia/2015/09/03/actualidad/1441303713_364906.html

12 de setembro de 2015

As importantes bibliotecas sexagenárias no ABC


Muito interessante a matéria do Diário do Grande ABC publicada hoje sobre as bibliotecas municipais de São Caetano e Santo André. Ambas são dos anos 50 e ambas se mantém com muita garra e proatividade graças aos excelentes profissionais atuantes. Eu, como membro da Academia Popular de Letras, da Biblioteca Municipal Paul Harris de São Caetano, sob a batuta da excelente diretora Ana Maria Guimarães Rocha, tenho muito orgulho de participar dessa história, repleta de atividades culturais, lançamentos e amizades. Vida longa às Bibliotecas!

http://www.dgabc.com.br/Noticia/1552581/bibliotecas-mais-antigas-da-regiao-guardam-historia-e-frequentadores#.VfRfyb8EdhU.facebook

11 de setembro de 2015

Dia D ( Projeto Cores Invisíveis II)

"Jardim" ( foto de Adriana Arakake)
Meu miniconto "Dia D", participante da segunda fase do projeto Cores Invisíveis acabou de ser postado. Agradeço à mentora do projeto, Maitê Andorra e a fotógrafa Adriana Arakake pela oportunidade. 

http://invisiveiscores.blogspot.com.br/2015/09/fotografia-jardim-parte-ii_11.html 

10 de setembro de 2015

Luiz Gê produz exposição que esmiúça toda a sua carreira

Luiz Gê chega a meio século de carreira e pela primeira vez faz uma retrospectiva milimétrica sobre sua extensa obra, em forma de exposição: "Luis Gê Quadro a Quadro". A vantagem é que a pesquisa e a produção foram inteiramente elaboradas pelo artista, e o resultado, cerca de 600 obras feitas desde os anos 60, deixou o autor com um sorriso de orelha a orelha e fez sua modéstia sair para passear, ao considerar esta, "a melhor exposição" que viu na vida.
Os trabalhos, expostos no Armazém 14 do Parque Engenho Central, no complexo do Salão de Humor de Piracicaba, podem ser apreciados gratuitamente até o dia 04/10. Pela estrutura tridimensional criada por Gê, os quadrinhos parecem  criar vida. Entre as obras, muitos originais e representações de todas as fases de sua carreira, desde Balão, experiência pioneira nos anos 70 em quadrinhos independentes da qual foi um dos mentores, até "Avenida Paulista", de 1991, um dos primeiros romances gráficos brasileiros, passando pelas suas experimentações em capas de discos (destaque para sua parceria com Arrigo Barnabé) e suas fases na revista Status, no Pasquim, na Circo ( grande fase!) e em jornais diários. Uma homenagem à altura para um artista múltiplo, que também será o presidente do júri do Salão neste ano ( e claro, onde já foi premiado décadas atrás).
Informações (19) 3403-2615 - Grátis

8 de setembro de 2015

Um compacto de impacto em ano de transição de Guarabyra

Descobri por esses dias esta música do Guarabyra - "O Que é Que Houve" - no Youtube e fiquei vidrado nela na hora! Veio na verdade, de um compacto produzido em 1971 e chegou a ter outra versão, com O Som Livre, na trilha da novela "Minha Doce Namorada". Com uma música de impacto, com muita vibração e letra cifrada colidindo passado ( houve) com presente (há), a bolachinha pega o compositor no ano de transição entre sua premiada carreira solo (com canções finalistas em festivais como "Margarida" e "Casaco Marrom") e a formação do trio Sá, Rodrix & Guarabyra, mentores do chamado "rock rural". A música, como se pode ouvir, poderia entrar tranquilamente no primeiro LP do trio ( "Passado, Presente e Futuro", 1972), pois combina bem os elementos que permeariam as futuras composições do grupo e inclusive é em dupla com Zé Rodrix. O vídeo deixa a entender que a música é do LP "Casaco Marrom"( 1969), e num primeiro momento me deixou bem confuso, mas o próprio Guarabyra confirmou na rede que esse compacto foi feito na linha divisória da guinada definitiva de sua carreira e logo depois, uma única imagem na internet confirmou de vez essa informação ( lá em cima; a fonte é essa: http://www.discogs.com/Guttemberg-Guarabyra-O-Que-Que-Houve/release/3429220). Tem o lado B com a música "Ei, mininim", mas essa eu não encontrei disponível. Curtam esse inspirado momento do grande Guarabyra.

https://www.youtube.com/watch?v=U3lyN-WllvA


4 de setembro de 2015

Lendo: " Todo Aquele Imenso Mar de Liberdade - A Dura Vida do Jornalista Carlos Castello Branco", de Carlos Marchi ( Record - 2014/2015)

Comecei a ler hoje esse livro ( presente de aniversário) que promete muito: " Todo Aquele Imenso Mar de Liberdade - A Dura Vida do Jornalista Carlos Castello Branco", de Carlos Marchi ( Record - 2014/2015). Em um estilo muito arguto e milimétrico, o autor destrincha a vida e carreira do grande colunista político, certamente um dos melhores que apareceram no Brasil. Castelinho, como era chamado pelos próximos, foi colunista do JB por 30 anos, secretário de imprensa na presidência de Jânio Quadros e teve de conviver até seus últimos dias com a morte de seu filho, nos anos 70, vítima de acidente de carro. Um ícone do jornalismo, que soube como ninguém transitar com desenvoltura entre a esquerda e a direita. Saber da sua trajetória é conhecer os meandros do poder político por pelo menos cinco décadas. Vou me divertir nesse feriado!


3 de setembro de 2015

Roberto Elísio dos Santos vê a Mad

Visita ilustre ontem, aqui no meu esconderijo: Roberto Elísio dos Santos, um dos grandes especialistas em Disney no mundo! Eu conheço o Roberto desde os tempos de Metodista nos anos 80 para os 90, embora na época não tiveram oportunidades para uma conversa mais longa. Com o passar dos anos, avistei-o em muitos eventos ligados aos quadrinhos, mas embora fôssemos moradores da mesma cidade, a correria mútua sempre impediu um papo mais prolongado. Até que este ano, por circunstâncias específicas, ele já passou por aqui umas três vezes. Ontem foi destaque: ele me presenteou com seu último livro, "Uma Revista Muito Louca", lançada no último Fest Comix, com dedicatória e tudo.



A obra mostra desde a criação da Revista Mad, no início dos anos 50, pelas mãos de Harvey Kurtzman, passando por seus principais artistas e as estratégias de humor, quase todas pioneiras, experimentadas pela publicação em sua trajetória, incluindo a versão nacional. Como todo projeto do professor Roberto Elísio, uma obra de fôlego, fruto de uma pesquisa impecável! Valeu, mestre!

2 de setembro de 2015

Whole Lotta Love de Lauren Tate & The Bankrupt Brothers

A incrível performance desse trio despojado eu descobri em um post do colega Paulo Hijo na rede. Fiquei de queixo caído: entre as cordas certeiras dos brothers, Miss Lauren Tate, do alto de seus vinte e poucos anos ( estou chutando completamente essa idade), parece que escutou rock por três encarnações, tal sua tranquilidade e potência, sem as firulas costumeiras que vemos por aí e que invariavelmente poluem quem tem boa voz mas quer aparecer mais do que a música. Tate arrebata/arrebenta sem demonstrar esforço. Se Plant & Page ou JPJones ouviram isso, certamente gostaram. Wow!
https://www.youtube.com/watch?v=H7DeHxmdKuQ