31 de outubro de 2016

Poucos acordes, grande sensibilidade: Ana Vilela, 18 anos, manda muito bem seu recado!


Ana Vilela, guria de fibra lá de Londrina, faz música desde seus 14 anos - está com 18 - mas não tinha noção que sua última música postada no Youtube, viralizasse de tal maneira na última semana que não só colecionaria views à rodo, como teria em pouco tempo covers pipocando pra todo lado. A canção - "Trem Bala " - tem uma mistura boa de pureza, poesia, mensagem certeira e sensibilidade. A letra surpreende pelo olhar maduro em relação ao capitalismo exacerbado e o "sucesso a qualquer preço" que delineiam tantos perfis atuais, e para tanto, cita uma aproximação estratégica ao aconchego famíliar. Em meio à conchavos que enojam, alianças vergonhosas, hipocrisias de cobras criadas e bravatas de ignóbeis que se acham semideuses, escutar Ana Vilela é um néctar que veio do céu. Quero ver/ouvir mais, Ana!

https://www.youtube.com/watch?v=TEjqASLuRGw

27 de outubro de 2016

Capa do Mês: LP "Jet Music - As 12 Mais da Difusora" (Stax - 1971)



Olhem que coisa mais linda esse LP da Difusora de 1971 - série "as 12 mais" - que eu encontrei no fim de semana em um simpático e generoso sebo do centrão de São Paulo! a arte é do magnífico Alain Voss, que nesse mesmo ano assinava também a capa do LP dos Mutantes "Jardim Elétrico". A capa aberta ( lá em cima) serve como uma bela moldura para a sua arte explosiva. E ainda tem a arte interna, bicolor, mas igualmente bombástica e psicodélica, como a época pedia. Não bastasse a capa, o disco coletânea faz jus à apresentação: o elenco é todo da Stax, casa de qualidade quando o assunto é black music.

26 de outubro de 2016

Sábado no Centro de São Paulo: sem o aguardado catálogo de J. Carlos mas firme no garimpo ao lado de Peter Mihajlovic, José "Zinerman" Nogueira e (finalmente) João Antonio Buhrer!

Peter Mihajlovic, Marcos Massolini, José "Zinerman" Nogueira e João Antonio Buhrer: "caçadores" se refestelando no centrão de Sampa ( foto: Gabriel Canos)
Sábado passado foi um sábado para não se esquecer. O catálogo da exposição do gênio J. Carlos no Centro Cultural Correios ia ser entregue logo pela manhã e lá fomos nós - eu e o "pronto para todas" Gabriel - angariar mais um item cultural para nosso acervo particular. Já sabia de antemão, via José "Zinerman", que o João Buhrer - o homem dos "Arquivos Incríveis" - lá estaria, diretamente de Campinas, e aproveitei para avisar o Peter Mihajlovic também - outro que adora essas coisas. No fim, o tal catálogo não estava disponível por problemas na gráfica, e o Peter gentilmente deixou meu nome lá na lista de espera ( eu estava atrasado, só pra variar um pouco). Com esse percalço, só nos restou andar no centrão velho atrás de sebos "bb" ( bons e baratos). Nogueira e Buhrer, craques nesse tipo de caça, nos levaram direto para a Galeria Nova Barão, onde ainda resta sebos decentes e honestos, em contrapartida a tantos mesquinhos espalhados por aí. Ali consegui um álbum raro do Strapontam ( "E o Monstro do Loch Ness) da Editorial Íbis do começo dos anos 60 ( por 5 pilas) e um disco da Difusora FM de 1971, também por 5 pilas, com maravilhosa capa assinada pelo grande Alain Voss ( que nesse mesmo ano assinava para os Mutantes a capa de "Jardim Elétrico"). O João achou raridades em meio a livros baratos - e até uma partitura de música com personagens do Maurício de Sousa, escondida dentro de um dos exemplares. Num post próximo coloco todos esses itens para apreciação. No dia que finalmente conheci o João Buhrer, acabei não trazendo pra casa o catálogo do J. Carlos ( por enquanto) mas pude trocar alguns itens culturais únicos - só os dois livros com ilustrações da Hilde Weber que eu ganhei do João já fez meu coração palpitar - além de trocar informações e ideias preciosas. Sem ( quase) nenhum dindim no bolso, acabei voltando pra casa carregado - o Nogueira também não deixa de trazer itens fantásticos de troca. Andar com esses caras não tem preço! Valeu!


22 de outubro de 2016

Rolling Stones 2016 se conecta aos Rollings Stones de 1963 a 1965! Viva os Rolling Stones!


Os Rolling Stones sempre foram uma banda de blues em sua essência. Começaram como um grupo de blues, venerando os lendários do Delta do Mississipi e os mestres de Chicago - até no nome: Rollin' Stones foi um tremendo petardo de Muddy Waters. Brian Jones era um purista do blues; o tecladista Ian Stewart também; Keith e Mick adoravam o blues - mas também rock and roll e soul/spirituals, e o impávido Charlie Watts já tinha tocado em banda de jazz, assim como Bill Wyman ( e seu antecessor nos Stones, Dick Taylor). Resumindo? todos tinham um pé no blues e principalmente na música negra. Pois eis que os Rolling Stones, vivíssimos nesse estranho ano de 2016, se conecta de coração e alma com os jovens Rolling Stones lá dos primórdios e lança em dezembro um disco repleto/recheado de blues ( Blue and Lonesome) ! Eles nunca abandonaram o gênero e sempre lançaram aqui e ali uma música blueseira, mas agora a pegada é diferente - é como uma homenagem aos seus ídolos, às suas origens e à sua história. Vale lembrar que naquele encontro definitivo entre Mick e Keith em algum dia de 1962, no trem, o primeiro estava com um monte de discos clássicos de blues na mão. Agora, mais do que nunca, aquele trem corre de novo nos trilhos longevos dessa incrível banda. Se nos primeiros discos, o blues estava "quase" em sua totalidade nos sulcos, B and L só tem blues. Aos poucos vão saindo trechos do que vem por aí. No mês, já tinha saído para audição "Just your Fool". Ontem saiu mais uma - "Hate to See You Go"- e ambas farão parte do repertório de 12 covers de blues selecionadas para o disco. Vai ter Little Walter, Jimmy Reed, Magic Sam, Otis Rush e Howlin'Wolf, e a participação de Eric Clapton em duas delas, além do baterista Jim Keltner. Um discaço vem por aí com certeza.
Ouçam os trechos das duas músicas:

https://www.vagalume.com.br/the-rolling-stones/just-your-fool.html

http://www.rollingstones.com/2016/10/22/new-stones-song-hate-to-see-you-go/

19 de outubro de 2016

Fanzinada no Dia Nacional do Fanzine (15/10)

José Zinerman Nogueira, Renato Donisete e eu, no meio da Fanzinada

No sábado (15) dei uma passada no Fanzinada, brilhantemente organizado pela Thina Curtis, na Casa da Palavra em Santo André. A data era em comemoração ao Dia Nacional do Fanzine e muita gente boa da produção fanzineira e da arte e literatura independente apareceu por lá. Na ocasião pude cumprimentar o fanzineiro e escritor Márcio Sno, a própria Thina Curtis ( às voltas com sua vibrante e destemida filhinha, que não parava de andar de um lado para outro) e alguns expositores como o pessoal da Sci-Fi ABC & Cia e o simpático cartunista Valter "Limonada". Também tive a oportunidade de trocar ideias com o ativo Marcatti - pra quem sempre pergunto se não existem por aí "clones" seus à solta tal a sua participação efetiva em eventos diversos espalhados pela grande São Paulo e interior - , a grande dupla de quadrinhos e artes gráficas Gilmar e Fernandes, o casal poético Zhô Bertolini e Jurema Barreto de Souza  - Zhô me agradeceu pelo poema que fiz em sua homenagem (um  assunto que vai rende outra postagem) -, e o amigo Renato Donisete  - que me presenteou com dois números do seu fanzine "Aviso Final", antológico zine do ABC que já passou das duas décadas e também o excelente "Microfonia", de João Pessoa/PB. A ocasião serviu também para finalmente eu conhecer ao vivo e a cores o lendário e multimídia José "Zinerman" Nogueira ( outro que vai virar post aqui em breve), um dos maiores colecionadores de "áudio" do Brasil, especialista em história do rádio e entre outras façanhas, cofundador do primeiro fã-clube do Raul Seixas ( o famoso Raul Rock Club, com Sylvio Passos) e fanzineiro de primeira hora ( desde os anos 70 - criador de "Delírio Cotidiano", entre tantos). A gente já tinha combinado previamente e pudemos trocar dezenas de itens culturais de nossos respectivos arquivos, além de decretar exatamente nesse dia 15/10 a oficialização do "CCTC - Clube dos Colecionadores para Trocas Culturais", uma saída para os abusivos preços de muitos itens do Mercado Livre e da Estante Virtual que acabam virando referência para muitos do mercado de sebos, bazares e afins ( outro tema que vai dar pano pra manga aqui). Seguem as imagens, a maioria do meu escudeiro mor e filho Gabriel Canos, alguns itens conquistados para o arquivo e o vídeo disponibilizado no Youtube pelo Celso Marchini. Valeu mais essa!





Gabriel.... sempre me ajudando...






Um estande foi montado com itens da extinta editora Júpiter 2 do José Salles. Alguns grátis, como esse "Chico Spencer" 3. Uma pena que essa editora, que tanto fez pelo quadrinho independente, tenha encerrado suas atividades!


O vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=aNHFv4gh0QQ

18 de outubro de 2016

Toots Thielemans (1922-2016)

A morte do genial Toots em agosto deste ano passou totalmente batida aqui no blog e eu não poderia deixar de homenageá-lo, ele que foi um dos maiores gaitistas de todos os tempos, acompanhando músicos de excelência e qualidade em toda a sua carreira. Começou como guitarrista e no início já acompanhava feras do jazz e grandes bandas como titular desse instrumento. Ao se mudar para os EUA na virada dos anos 40 para os 50, dominando a harmônica como poucos, acompanhava a Charlie Parker's All-Stars ( já tinha participado nos seus tempos de Europa de uma jam session que contou, além de Charlie, com Miles Davis e Max Roach entre outros) e a partir daí tocou com meio mundo do jazz e do pop, incluindo a música brasileira - Toots ficou bem próximo de Elis Regina ( com quem gravou o disco Elis & Toots em 1969 - no Brasil só saiu em 1978 como Aquerela do Brasil), Astrud Gilberto, Milton Nascimento, Sivuca ( com quem gravou um belo disco ao vivo em um bar do Rio), Rosinha de Valença e Oscar Castro-Neves, entre outros. Se maior sucesso foi 'Bluesette' de 1962, um grande êxito mundial, e já nessa época era um grande colaborador de trilhas sonoras de peso no cinema - Bonequinha de Luxo ( 1961), Midnight Cowboy (Perdidos na Noite -1969) foram alguns deles. No biênio 92/93 lançou dois discos com participações de artistas brasileiros - Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo, João Bosco, Djavan, Milton Nascimento, Ivan Lins, Dori Caymmi, entre outros - chamados "The Brazil Project". Além de ser o primeiro a divulgar e popularizar a harmônica cromática, foi também um assoviador de primeira e só encerrou sua carreira aos 92 anos, em 2014, quando percebeu que seu desempenho não era o mesmo. Um fenômeno!


Selecionei momentos marcantes de Toots:

* álbum Trilogy ( antologia contendo três discos de sua carreira - "Man Bites Harmonica", "Time Out For Toots" e "The Soul of Toots Thielemans") - https://www.youtube.com/watch?v=f8YtMxcBQS8

* álbum Aquarela do Brsil ( com Elis) - https://www.youtube.com/watch?v=UUTK-E6hmHU

* álbum Affinity ( com Bill Evans - 1979) - https://www.youtube.com/watch?v=I4f2c4O8I1Y

* CD  The Brazil Project 2 (1993) - https://www.youtube.com/watch?v=7s3bH1oJ6qc

* CD The Brazil Project 1 (1992) -  https://www.youtube.com/watch?v=1o2jVKmcpuE&list=PLuqmtj-QZASUJVlRnWeiLbKwWlL1hkGz-

Bluesette - https://www.youtube.com/watch?v=Oi4G6UmYK9U

Harmonica Theme ( Midnight Cowboy) - https://www.youtube.com/watch?v=sOZYT8nX2X4



17 de outubro de 2016

"1965 - O Ano mais Revolucionário da Música" disponível na rede ( trechos)

Esse livro "1965 - O Ano mais Revolucionário da Música" (Andrew Grant Jackson - Leya) foi lançado o ano passado e agora tem partes bem interessantes disponibilizadas na rede ( não sei até quando). Nos trechos liberados dá para se ter uma ideia clara de como o processo de composição da dupla Jagger/Richards chegara finalmente numa linha de produção definida e com identidade própria ( "Out of Time", "Last Time" e "Satisfaction", principalmente). 1965 é o ano também de "sementes" que modificariam a década irremediavelmente como a própria "Satisfaction", "Like a Rolling Stone" de Dylan e "My Generation" do The Who. O livro está picotado mas dá para ver que o autor se aprofundou pra valer no ano - principalmente nos subterrãneos das gravações - trazendo uma riqueza de detalhes que dá gosto! Claro que essa de superestimar um único ano ( "o mais") gera desconfianças e contradições - sempre vai ter alguém elegendo outro ano como revolucionário - e talvez no lugar de revolucionário coubesse "ano de ruptura" ou algo mais palatável comercialmente, mas inegavelmente 1965 foi um ano em que algo muito forte e autêntico eclodiu na música e lançou a base do que viria a seguir. O lance é esquecer as definições engessantes e curtir as filigranas desse ano mágico.

link:

https://books.google.com.br/books?id=V_OiCwAAQBAJ&printsec=frontcover&dq=1965%3A+o+ano+mais+revolucion%C3%A1rio+da+m%C3%BAsica+livro&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjqqdmVl9vPAhVDjZAKHUNHDJEQ6wEIHzAA#v=onepage&q=1965%3A%20o%20ano%20mais%20revolucion%C3%A1rio%20da%20m%C3%BAsica%20livro&f=false

13 de outubro de 2016

Bob Dylan ganha o Nobel de Literatura!


Há dois dias atrás conversando com um amigo sobre a importância de Bob Dylan para a cultura contemporânea (meu amigo não vai muito com ele), comentei que Dylan , ao meu ver, é um escritor que utiliza a música como veículo para suas elocubrações, desde o início de carreira - mas o encaixe foi tão perfeito, o conhecimento musical de raiz tão presente, que a sua arte acabou extrapolando esse canal inicial de "passar a mensagem". Dylan tornou-se um dos maiores letristas de todos os tempos, e isso não é depreciação nenhuma, mas um meio de transformação legítimo. Letra de música passou a ser importante graças a ele. Esse inédito Nobel de Literatura para um "bardo" do rock ( ele que tem também Oscar, Pulitzer, Globo de Ouro, além de muitos Grammys) meio que corrobora o que mencionei ao meu amigo: muita gente não curte a voz característica de Dylan ou sua música "comentada", discursiva, mas poucos podem colocar em dúvida a qualidade de sua poética e narrativas . Alguns torceram o nariz para a premiação (críticas vindas principalmente do meio literato e acadêmico), outros adoraram a ousadia do Nobel. Eu fico com a segunda turma - Bob Dylan é o cara e escreve pra cacete.

Abaixo uma letra das boas de sua lavra:


The Times They Are A-Changin

Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin



Come writers and critics

Who prophesize with your penAnd keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no tellin' who
That it's namin'
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin'



Come senators, congressmen

Please heed the call

Don't stand in the doorway

Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it is ragin'
It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin


Come mothers and fathers

Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin'
Please get out of the new one
If you can't lend your hand
For the times they are a-changin

The line it is drawn
The curse it is cast
The slow one now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
The order is
Rapidly fadin'
And the first one now
Will later be last
For the times they are a-changin'

Os Tempos Estão Mudando

Vamos reunir as pessoas ao redor
Por onde quer que andem
E admitam que as águas
Á sua volta estão subindo
E aceitem que logo
Vocês estarão cobertos até os ossos.
Se seu tempo para você
Vale a pena ser poupado
Então é melhor começar a nadar
Ou irá se afundar como uma pedra
Pois os tempos estão mudando
Venham escritores e críticos
Aqueles que profetizam com suas canetas
E mantenham seus olhos abertos
A chance não virá novamente
E não falem tão cedo
Pois a roda ainda está girando
E não há como dizer
Quem será nomeado
Pois o perdedor de agora
Mais tarde vencerá
Pois os tempos estão mudando
Venham senadores, congressistas
Por favor escutem o chamado
Não fiquem parados no vão da porta
Não congestionem o corredor
Pois aquele que se machuca
Será aquele que nos impediu
Há uma batalha lá fora
E está rugindo
E logo irá balançar suas janelas
E fazer ruir suas paredes
Pois os tempos estão mudando
Venham mães e pais
De toda os lugares...
E não critiquem
O que vocês não podem entender...
Seus filhos e filhas
Estão além de seu comando
Seu velho caminho
Está rapidamente envelhecendo
Por favor saiam da frente
Se não puderem dar uma mãozinha
Pois os tempos estão mudando
A linha está traçada
A maldição está lançada...
E o mais lento agora
Será o rápido mais tarde...
Assim como o presente de agora
Será mais tarde o passado.....
A ordem está
Rapidamente se esvaindo
E o primeiro agora
Será o último depois....
Pois os tempos estão mudando

10 de outubro de 2016

Dálcio Machado deixa o Correio Popular

Charge de 2003 ( Dálcio Machado)

Seguindo as últimas e estapafúrdias demissões de chargistas em jornais de porte, o Correio Popular de Campinas despediu recentemente o genial Dálcio Machado, certamente um dos melhores chargistas do país. Em sua despedida nas redes, o artista foi elegante e criativo, como sempre - e escolheu dentre suas participações em mais de duas décadas no veículo, essas duas charges que replico aqui. A se verificar seu legado de preciosidades gráficas nos mais de 25 anos que trabalhou para o jornal, quem perdeu foi o veículo, não acham?

premiada charge de 2016

9 de outubro de 2016

Rolling Stones play Beatles (07/10/2016)



Um dos grandes momentos do rock aconteceu anteontem no giga Festival Desert Trip ( já comentado aqui: http://almanaquedomalu.blogspot.com.br/2016/05/o-maior-festival-de-todos-os-tempos.html ): os Rolling Stones apresentaram ao vivo Come Together, clássico do repertório de seus compatriotas The Beatles!! Muita gente boa acha que os dois grupos eram ferrenhos inimigos nos anos 60, principalmente por causa da estratégia de marketing do empresário dos Stones, Andrew Loog Oldham, que vendia a banda como "caras maus" em contraposição aos garotos de Liverpool. Na verdade, além de dar de bandeja aos Stones seu segundo single - I Wanna Be Your Man - Paul e John sempre frequentaram os Stones e vice versa ( George e Ringo um pouco menos). Inclusive John Lennon participou do famigerado programa de TV "Rock and Roll Circus", de 1968, que só veio a luz décadas depois (John até formou um grupo especial para a ocasião - The Dirty Mac - ao lado de Keith Richards no baixo, Eric Clapton na outra guitarra e Mitch Mitchell na bateria). Paul foi em vários shows dos Stones nos anos seguintes e sempre se encontrou com o grupo em eventos; o Festival no deserto conta com Paul entre suas estrelas, além dos Stones, The Who, Roger Waters,  Bob Dylan e Neil Young. Eu tenho quase certeza que Sir McCartney estava assistindo esse momento único do set dos Stones e fico imaginando o que se passou na sua cabeça ao ouvir Come Together via Rolling Stones! Assim como os fãs, ele deve ter adorado!
(Assistam antes que tirem do Youtube):

8 de outubro de 2016

Foto do Mês: Minha família nos anos 30!


Uma das fotos que mais amo entre tantas do acervo familiar.Nessa relíquia de registro, minha avó Maria carrega no colo minha tia Apparecida, ao lado do meu avô Ricardo e de seu sogro, meu bisavô Pablo ( Pablo Pareja Morilla). Tirada em pleno Cantro de São Paulo, nos anos 30.

7 de outubro de 2016

Baú do Malú 66: Caixa de Fósforos do "Show Days Saloon" ( Anos 80)

Encontrei ontem essa caixinha de fósforos do Show Days Saloon em meus guardados!!  Essa casa noturna ficava no topo do Shopping Eldorado (São Paulo) e rolava música ao vivo de vários gêneros, com destaque para o Country, o Jazz e o Ragtime. A ideia dos donos era dar um clima de salão de época entre o final do século XIX  e começo do XX. Tinha até apresentação de Can-Can ( como mostra a ilustração da caixinha). Fui muitas vezes lá nos anos 80, inclusive na época do Tiro de Guerra. Amigos de juventude como Alemão, Átila, Zucco, Fabinho, etc, devem se lembrar muito bem dessa casa noturna, que vivia abarrotada de gente.

6 de outubro de 2016

Dois poeminhas bruscos







Poema Rebuscado

De bus ou de car
Vou te buscar
(Marcos Massolini - 1995)

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Cópula & Cozinha

Frio e esnobe
O pinguim de geladeira
Observa a batedeira
e a orgia dos ovos
(Marcos Massolini - 1989)

5 de outubro de 2016

Baú do Seu João 18: Livretos peruanos de humor gráfico patrocinados por farmacêutica

Uma das capas dos livretos

Seu João, além de guardar todo impresso que lhe cai às mãos ( folheto, convite, folhinha, ingresso, livreto, programa, manual, cartão, revista, livro, etc, etc) tem alguns itens que me encafifam e que eu jamais imaginaria como acabaram em seu acervo ( e ele acaba esquecendo por quais vias isso aconteceu). Esses dois livretos que eu encontrei em sua casa são a prova desse mistério: eles são originários do Peru e pelo que parece, foram distribuídos para clientes e/ou colaboradores da farmacêutica que patrocina/produz a sua edição ( Merck). As gags são aquelas padrões dos anos 60/70 ( que saíam aqui em revistas da Livreiro, GEP, Edrel, entre outras, e eram a sensação dos salões de barbeiro), eróticas, escorregando muitas vezes para o machismo puro, mas também tem uma penca de outras com traços de grandes chargistas do humor mundial em que predomina a sutileza e a inteligência (Mordillo entre eles). Os quadros de humor são intercalados por propagandas dos medicamentos analgésicos Neurobión e Dolo-Neurobion. Os slogans são: "Ríase del Dolor", "Más Fuerte que el Dolor!" e "Muérase de Risa pero no de Dolor!". Tudo isso embalado em um livreto no tamanho 8 cm X 12 cm com capa cartão e lombada quadrada. Não há pistas do ano, mas parece ser entre os anos 60 e 70 mesmo. Eis dois itens "excêntricos", criativos e diferentes, bem de acordo com os guardados surpreendentes que fazem parte do acervo do meu pai.
Abaixo, uma mostra do conteúdo das duas publicações ( procurei fugir das gags menos sutis):






A outra capa









4 de outubro de 2016

"Aura de Heróis" e "Abílio e o Espelho" à venda no Amazon

Ontem eu disponibilizei para venda dois livros de minha lavra, "Abílio e o Espelho", ficção de 2007, e "Aura de Heróis", de 2014 (poesias), no Amazon, pelo preço mínimo estipulado pelo site (R$9,75) . "Abílio e o Espelho" era uma obra praticamente desaparecida, pois só foi publicada online em 2007 , por capítulos, em um e-mail que eu administrava na época. Tirei do limbo e está lá, para quem quiser conhecê-lo - um livro de ficção que mistura suspense, música, psicologia, política, relação de classes, realidade paralela, etc. Embora adore o cheiro e a textura de um livro impresso, fiquei muito feliz em ver essas duas obras, vivas e duradouras, no formato e-book. E vem mais surpresas por aí.... aguardem.


Aura de Heróis:   https://www.amazon.com.br/Aura-Her%C3%B3is-Marcos-Massolini-ebook/dp/B01LX3HBGS/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1475629083&sr=8-1&keywords=aura+de+herois 

Abílio e o Espelho: https://www.amazon.com.br/Ab%C3%ADlio-e-Espelho-Marcos-Massolini-ebook/dp/B01M012Z2Q/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1475629277&sr=8-1&keywords=abilio+espelho